sábado, 20 de fevereiro de 2010

Celebrações

Como ontem foi meu aniversário e não tinha a menor certeza do que fazer para comemorar meus dezoito anos, combinei com meus pais de irmos passear em Florianópolis.
Marcamos de sair bem cedo daqui, para não pegar trânsito. No fim só pegamos tráfego mesmo no trecho de Laguna.
A viajem foi sem grandes acontecimentos, salvo ir daqui até lá com o estômago parecendo uma bola de basquete, que picava a medidada que o carro passava pelos ‘poucos’ buracos da BR-101. Nem vou comentar também quanto ao lixo sonoro que fomos tentando escutar nas rádios.
As coisas melhoraram quando começamos a passar pela região da ilha. Conseguimos sintonizar a rádio da UDESC, a 101.10fm, que nos surpreendeu bastante (começou tocando samba à moda dos anos 30 e tocou até “Hello, I love you”, do Doors, na hora do almoço.
Depois do almoço fomos tirar umas dúvidas na UFSC, enquanto meu pai ficou trabalhando em casa. Devia estar fazendo uma sensação térmica de 40 graus na rua, porque o sol estava incrivelmente quente. Depois de perder praticamente uma hora até conseguir uma resposta completamente inútil, voltamos para casa e fomos à Primavera, comprar plantas.
Fevereiro não é o melhor mês para se comprar flores, mas as violetas e as orquídeas ainda estavam muito bonitas por lá. Mas não me atraíram dessa vez.
Enquanto minha mãe se preocupava em comprar mais azaleias e outras flores coloridas que ela já tem em dúzias no sítio, meu pai e eu nos interessamos por coisas mais úteis. Ele comprou um pé de pimenta (diga-se de passagem que comer uma pimenta, sem sementes, por dia reduz números como o do seu colesterol e o de triglicerídeos). Coloco um ponto por aqui para anunciar a que mais nos atraiu, como já vou contar.
Bem na entrada secundária da loja, onde se encontram os bonsais, havia umas plantinhas curiosas, pequeninas, mas muito famosas e úteis: as plantas carnívoras.
Encantei-me já na primeira vista. Nunca as tinha visto, a não ser em fotos das apostilas de biologia. Apesar do nome delas, elas só se alimentam de insetos, que, atraídos pelo odor que elas exalam de suas folhas, acabam caindo em suas garras (ou seriam bocas?).
Já pensaste na praticidade que uma planta dessas pode trazer para tua casa? É o melhor inseticidade ecologicamente correto que já encontrei. Sem contar que tu só precisa mantê-la sempre úmida e em lugares bem iluminados. Ou seja, custo-benefício infinitamente mais vantajoso!
Minha mãe, naturalmente, não gostou daquela criaturinha quase obcena, mas convenci meu pai com a explicação que dei no parágrafo acima. Agora só falta dar um nome para ela (ou seria elas?)
 

                   Planta Carnívora
            (Aqui está a nova mascote da casa. Graciosa, não?)
Mais tarde, fomos ao shopping que não me agrada entrar por toda a corrupção e sujeira que foi feita para realizar sua contrução, o Iguatemi Shopping Center.
Não vejo que coisa estupenda que veem em passar todas as sextas-feiras num shopping (inclusive pessoas metidas à revoltadas, com seus all stars e camisetas de banda, que volta e meia dizem que odeiam o sistema). Mas não estou aqui para discutir a hipocrisia dos outros.
Comprei o cd novo do Alice in Chains (que o vendedor quase me mandou embora, não fosse perguntar para o outro se já havia chegado o lançamento), além de um livro de partituras que me chamou a atenção. Saí com um aperto no coração ao ver uma parte só de cds do David Bowie. Mas não podia abusar da boa vontade do meu pai no meu aniversário.
Pausa para o lanche. Eram cinco da tarde e nossas pernas e estômagos começavam a reclamar. Melhor matar a saudade de sanduíche quase que buffet (pois havia certas coisas que já eram predefinidas). Subway foi a comida mais parecida com a brasileira e menos apimentada que encontrei nos EUA. E a filial de Floripa não ficou muito atrás do modelo norte-americano.
Pulando a parte de ter que comprar sapatos, fomos para casa. Descançar numa cama foi o paraíso. Ter que me levantar é que foi o inferno.
Nos arrumamos e fomos encontrar uns amigos que estavam em Floripa. Ganhei o livro História das Guerra, organizado por Demétrio  Magnoli. Realmente foi uma noite muito divertida e o livro está muito interessante.
Fomos para casa e dormimos relativamente cedo. Apesar disso, acordar às 6:30 no outro dia foi um tormento.
Malas feitas, hora de ir para a rodoviária. Voltei para a minha cidade e meus pais seguiram para Blumenau. Foi um dia diferente e foi a melhor forma que consegui para conciliar o desejo de festejar de meus pais, com minha vontade se sumir do mundo por um dia que fosse. Sinto por não ter passado com meus amigos também, mas espero poder aproveitar bastante com eles hoje.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Carnaval

Pensei que esse ano seria mais um daqueles tediosos feriados em que tu passas o dia e a noite vendo mulheres seminuas rebolando nas passarelas da tv, sentindo ressaca sem sequer ter bebido. Mas não foi bem assim.
Uns amigos nossos iam tocar num bar do Morro dos Conventos, mas acabou não rolando, então só nos restou ir para o Arroio do Silva, visto que ninguém estava muito interessado em ser atingido pelo ‘meteoro da paixão’ do Luan Santana, no Caverá. Céus, trocar sertanejo universitário por funk e axé foi um tanto quando frustrante. Mas o melhor ainda não tinha chegado.
Sentamos no bar, bebemos e ficamos entendiados, ouvindo aquela poluição sonora e aquele festival de beldades rolhas-de-poço, com seus mini-shorts e blusinhas fluorescentes. Um luxo, baby.
  Dar uma volta pra se afastar daquele inferno foi a nossa única opção (tinha a opção de cortar os pulsos com as chaves, mas demoraria demais). Discussão sobre pintos e artigos a respeito do wikipedia foram longe. As mulheres do recinto esqueceram por uns instantes sua presença feminina para rirem junto. Afinal, é carnaval.
  Voltar para o bar, beber de novo, reclamar de novo, etc. A fome bateu e o crep foi muito bem vindo. Estou sentindo o gosto daquela massa salgada até agora. Mas estava bom prá caramba.
Voltar pro bar. Alguém tinha que tirar aquelas comadres de lá. Não sei o que tanto conversavam, mas não estava afim de tentar descobrir pela cara de filosofança abobrógina do Guilherme.
  A cerveja acabou, uma boa hora para arrastá-los (como fomos violentos, incrível! haha) e pegar o violão e sair dali. Bora pra beira do mar, para a segunda parte do luau que não chegou nem a ter primeira parte.
Muito na beira, muito escuro, muito úmido, não quero sujar minha bunda na areia, blah, blah, blah. Quanta frescurite para tocar violão na praia. Fim das contas achamos uma escada, cheia de areia, num beco escuro e depois ficou úmido. Pronto, agradamos a todos. Será que já podemos tocar a droga do violão?
TNT, Cascavelletes, Raul Seixas, Iron Maiden, The Doors, Black Sabbath, Pink floyd e até rolou matanza enquanto foram buscar mais breja. O Matheus chegou depois com o violão dele e deu até pra fazer os solos e os improvisos. 
Não faço ideia de quanto tempo ficamos ali, mas deve ter sido pelo menos umas duas horas. Levantei com uma mistura de cerveja derramada e areia na minha bunda que foi bem refrescrante (e bem grudento também).
Voltamos para o bar. Tinha mais uma turma que tinha ido comprar cerveja e tinha ficado por lá. Viemos tocando com os dois violões. Teve um bebaço que pediu pra tocarem uma sertaneja quase de raiz, enquanto ele cantasse. Praticamente o Agnaldo Timotio cantando naquela mesa de bar.
Depois que ele terminou voltamos ao nosso repertório de antes, mas o dono do bar nos tocou de lá, porque estavam fechando. Sacanagem, só porque eram quase 5h da manhã.
Voltando para praia, mas dessa vez na calçada em frente ao mar. Fechamos uma rodinha e voltamos a tocar o nosso ‘repertório’. Tocamos até a chuva nos tocar dali e fomos para a marquise do prédio que estava atrás de nós. E ali ficamos, mesmo depois de não sentirmos mais nossas bundas no chão e nossa voz começar a perder a força.
Seis horas e começa a aparecer as nuvens mais claras. No pique que estávamos, dava até pra tomar café por lá mesmo. A chuva tinha parado e deram a ideia de assistir o ‘pôr-do-sol’ (mais de três, dos nove que estavam presentes, disseram que não acreditam no nascer do sol. Com louco não discutimos) na beira do mar. Levantamos acampamento e fomos.
Até uma fogueira o Felipe improvisou com copos plásticos e isopor para acender com um esqueiro. Sem dúvida, será o próximo a falar o quanto precisamos salvar o planeta e se afiliar a uma ong ambientalista com esse exemplo tocante.
  Seis e meia. Discussão sobre entrar ou não no mar de cueca e shorts curto e top branco. Sete horas, decidiram ir os dois juntos. Segundas intenções? imagina!
Sete horas, chega de ver os dois abraçadinhos. A plateia estava cansada e o sol já tinha se ‘posto’. Depois de acordar um ou outro e tentar em vão se limpar da areia toda, cada um foi para sua casa. Acho que trouxe meio-quilo de areia em cada sapato e nem sei como meus avós não estavam já tomando café. Escovar os dentes, tirar as lentes e cair na primeira cama que estivesse a minha frente: o paraíso.