sábado, 24 de dezembro de 2011
O espírito natalino
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
O prazer de um minuto de silêncio
A parte que mais me agrada dos solitários dias frios é o silêncio desta pequena cidade. Morando no centro, a poluição sonora é constante e os limites da lei do sossego, na maior parte do tempo, não passam de um sonho bom, desses que se tem numa tranquila noite de sono.
Eu faço cada segundo de tranquilidade parecer eterno, observando o barulho do vento e de uma ou outra coruja que, esporadicamente, voa por aqui, procurando pássaros menores e ratos. Até o latido distante daquele insone e irrequieto cachorro parece música para meus ouvidos, com ritmo certo e melodia sutil.
É nestes momentos que eu esqueço tudo o que estava fazendo, deito na cama, respiro fundo e pego um livro que comecei a ler, na semana passada. Aliás, que delícia que é ler nesta quietude! Até esqueço o barulho monótono da ventilação do computador que deixei ligado, ao lado da cama.
Sem sono e com toda a paz sonora que tanto me faz falta durante o dia, aproveitar minutos assim é tão bom quanto passar tardes tocando boa música ou ouvindo um recital de piano, num parque qualquer, em ótima companhia.
Quem nunca provou o sabor de momentos assim, no mínimo, não viveu o suficiente. Só sobreviveu. Acredita que vive, porque ainda respira, palpita o coração e talvez pisque os olhos, vez ou outra, lendo este texto. Mas só isso. É um ‘apenas vivo’, num vazio somente seu, que tantos outros ‘eu’ também sentem.
domingo, 19 de junho de 2011
Especial de Deep Purple, Led Zeppelin e Pink Floyd
terça-feira, 7 de junho de 2011
Sussuros de Carinho
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Vingança
Em silêncio, o sorriso amargo e qualquer coisa de ironia
Sem participar, apenas observo o tempo trazer minha bonanza
Assim como o preço pela tua falta de empatia
Eu te perdoei, mas me divirto agora com teu sofrimento
Mais por justiça do que apego, altivez ou antipatia
Eu gostava de ti, mas tua indiferença fez desbotar o que eu sentia
Então asssim eu permaneço, na plateia dessa dramaturgia
Atenta, sedenta, com um calor nos olhos
E um coração que nunca dorme, nunca morre, nem esquece.
Thábata Clezar
domingo, 20 de fevereiro de 2011
Nazareth
Chegada a semana do show, ele estava mais eufórico do que eu. “Vou num show de rock com a minha filha”, repetia ele, com o peito estufado de orgulho da sua menina.
Da minha parte, conhecendo mais as músicas mais melosas deles, tinha a impressão de que ia ser nostálgico, mas deixei o tempo correr, sem esperar para ver o que ele traria para nós.
Foi no Centro de Eventos Oasis (que dizem ser o mesmo que o Casa do Baile). Chegamos mais cedo e aproveitei para comprar a camiseta. Quarenta putos por uma baby look me doeu nos rins, mas queria guardar alguma recordação daquele dia especial.
Quatro horas esperando de pé, na pista, com um pouco de estresse com os sujeitos da frente, que, não bastassem serem mais altos, trouxeram mais um casal girafóide depois, comprando briga com meus pai. Paciência. Fizeram-nos o favor evitarmos uma noite com cheiro de pinga e de suor inevitável ali. Afastamo-nos e esperamos a hora do show.
Estava previsto para começar à meia-noite, mas acabou atrasando e só começando quando passava da uma e meia da manhã.
A acústica do lugar não ajudava muito, principalmente quando o som ficava mais grave, mas ainda sim foi de um nível muito bom.
O Dan McCafferty é, sem dúvida, um dos vocalistas mais carismáticos que eu já ouvi. Já no início, pegou a camiseta do Criciúma Futebol Clube (hábito comum dele em suas turnês), esforçou-se para falar em português, mas apanhou na hora de pronunciar o nome da cidade (o mais perto que conseguiu foi dizer “cricíssima”). Mas sempre interagia e dizia o famoso “obrrrigado”, mas acabou por se resignar a falar o mais pausadamente em seu inglês limpo de escocês, mostrando que, apesar do calor, ele estava muito feliz por estar ali.
Começaram pelas mais pesadas, passando por uma balada country, até chegar nos clássicos melosos. Dream on foi maravilhosa, malgrado eu me ver rodeada de casaizinhos dançando abraçados. Nada contra, mas pareceu um pouco sufocante para minhas tímidas espectativas de pessoas pulando e cantando junto o show inteiro.
Intercalaram com senhores clássicos, como Razamanaz , My White Bicycle - com o guitarrista viajando longe no solo, a ponto dos mais empolgados cansarem de pular –, e, claro, a maravilhosa Love leads Madness.
Saíram do palco, mas o pessoal não chamou, apesar de começar a fazer barulho. A banda voltou um pouco depois, para tocar as saideras. Se o salão já tinha se preenchido com o som da plateia acompanhando na música que foi também um dos maiores sucessos interpretados pelo Aerosmith, nem dá pra descrever como foi na hora que tocaram a Love Hurts. O coitado do vocalista já estava quase sem voz, mas a plateia cuidou de cobrir isso com o coro de quase duas mil pessoas. E eu não fiz por menos em participar disso, já que a letra daquela música estava fazendo tanto sentido na minha vida ultimamente.
Sei que tocaram outra depois, mas fomos embora em seguida, para não pegar fila. Chegamos quase 4h da manhã em casa. Moídos, mas pude dormir com a certeza de que aquele tinha sido o melhor aniversário que eu podia ter tido, curtindo boa música com o herói que me apresentou o Pink Floyd e Yes e sempre me incentivou a ser quem eu sou hoje.
domingo, 23 de janeiro de 2011
Aniversários no sítio
Depois de uma Heineken, fica um pouco difícil ter noção de espaço, por isso levei tempo até conseguir manobrar o carro para fazer a volta e voltar para a casa. Mas deu tudo certo.
Quando voltamos, a Lu, o Mazara e as amigas já tinham ido para o show. Colocamos as cervejas no congelador e sentamos junto com os outros, para tocar mais violão. A essa altura da madrugada, manter a luz acesa era um crime aos olhos de todos; por isso, apagaram-nas.