domingo, 14 de fevereiro de 2010

Carnaval

Pensei que esse ano seria mais um daqueles tediosos feriados em que tu passas o dia e a noite vendo mulheres seminuas rebolando nas passarelas da tv, sentindo ressaca sem sequer ter bebido. Mas não foi bem assim.
Uns amigos nossos iam tocar num bar do Morro dos Conventos, mas acabou não rolando, então só nos restou ir para o Arroio do Silva, visto que ninguém estava muito interessado em ser atingido pelo ‘meteoro da paixão’ do Luan Santana, no Caverá. Céus, trocar sertanejo universitário por funk e axé foi um tanto quando frustrante. Mas o melhor ainda não tinha chegado.
Sentamos no bar, bebemos e ficamos entendiados, ouvindo aquela poluição sonora e aquele festival de beldades rolhas-de-poço, com seus mini-shorts e blusinhas fluorescentes. Um luxo, baby.
  Dar uma volta pra se afastar daquele inferno foi a nossa única opção (tinha a opção de cortar os pulsos com as chaves, mas demoraria demais). Discussão sobre pintos e artigos a respeito do wikipedia foram longe. As mulheres do recinto esqueceram por uns instantes sua presença feminina para rirem junto. Afinal, é carnaval.
  Voltar para o bar, beber de novo, reclamar de novo, etc. A fome bateu e o crep foi muito bem vindo. Estou sentindo o gosto daquela massa salgada até agora. Mas estava bom prá caramba.
Voltar pro bar. Alguém tinha que tirar aquelas comadres de lá. Não sei o que tanto conversavam, mas não estava afim de tentar descobrir pela cara de filosofança abobrógina do Guilherme.
  A cerveja acabou, uma boa hora para arrastá-los (como fomos violentos, incrível! haha) e pegar o violão e sair dali. Bora pra beira do mar, para a segunda parte do luau que não chegou nem a ter primeira parte.
Muito na beira, muito escuro, muito úmido, não quero sujar minha bunda na areia, blah, blah, blah. Quanta frescurite para tocar violão na praia. Fim das contas achamos uma escada, cheia de areia, num beco escuro e depois ficou úmido. Pronto, agradamos a todos. Será que já podemos tocar a droga do violão?
TNT, Cascavelletes, Raul Seixas, Iron Maiden, The Doors, Black Sabbath, Pink floyd e até rolou matanza enquanto foram buscar mais breja. O Matheus chegou depois com o violão dele e deu até pra fazer os solos e os improvisos. 
Não faço ideia de quanto tempo ficamos ali, mas deve ter sido pelo menos umas duas horas. Levantei com uma mistura de cerveja derramada e areia na minha bunda que foi bem refrescrante (e bem grudento também).
Voltamos para o bar. Tinha mais uma turma que tinha ido comprar cerveja e tinha ficado por lá. Viemos tocando com os dois violões. Teve um bebaço que pediu pra tocarem uma sertaneja quase de raiz, enquanto ele cantasse. Praticamente o Agnaldo Timotio cantando naquela mesa de bar.
Depois que ele terminou voltamos ao nosso repertório de antes, mas o dono do bar nos tocou de lá, porque estavam fechando. Sacanagem, só porque eram quase 5h da manhã.
Voltando para praia, mas dessa vez na calçada em frente ao mar. Fechamos uma rodinha e voltamos a tocar o nosso ‘repertório’. Tocamos até a chuva nos tocar dali e fomos para a marquise do prédio que estava atrás de nós. E ali ficamos, mesmo depois de não sentirmos mais nossas bundas no chão e nossa voz começar a perder a força.
Seis horas e começa a aparecer as nuvens mais claras. No pique que estávamos, dava até pra tomar café por lá mesmo. A chuva tinha parado e deram a ideia de assistir o ‘pôr-do-sol’ (mais de três, dos nove que estavam presentes, disseram que não acreditam no nascer do sol. Com louco não discutimos) na beira do mar. Levantamos acampamento e fomos.
Até uma fogueira o Felipe improvisou com copos plásticos e isopor para acender com um esqueiro. Sem dúvida, será o próximo a falar o quanto precisamos salvar o planeta e se afiliar a uma ong ambientalista com esse exemplo tocante.
  Seis e meia. Discussão sobre entrar ou não no mar de cueca e shorts curto e top branco. Sete horas, decidiram ir os dois juntos. Segundas intenções? imagina!
Sete horas, chega de ver os dois abraçadinhos. A plateia estava cansada e o sol já tinha se ‘posto’. Depois de acordar um ou outro e tentar em vão se limpar da areia toda, cada um foi para sua casa. Acho que trouxe meio-quilo de areia em cada sapato e nem sei como meus avós não estavam já tomando café. Escovar os dentes, tirar as lentes e cair na primeira cama que estivesse a minha frente: o paraíso.

4 comentários:

  1. EAUHEUHEAUEHAUHUEHA

    muito bom o carnavaal de vcs...
    bem interessante....
    andaram de um lado pro outro, tentaram fugir, se esconder...heauheaue e acabaram no mesmo lugar, ou seja, na praia...
    haeuhauhauhuaea

    nos meus tempos eu fazia dessas tbm...de virar a noite...mas nao com muitas atividades quanto as citadas..
    heauhauheauhuaea
    preferia sempre ficar vislumbrando corpos se movimentando tentando descobrir como vooltar pra casa ja que o alcool tinha tomado conta de suas cabeças...
    eauheauheuaehauhaha
    é muito engraçado!
    carnavaial é engraçado em si...tens a chance de ver a verdadeira identidade do "povão" brasileiro!
    haeuehauhauhua

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  2. Nem fiz o requisito.. nem fui citado... u.u

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  3. Ahaha, nossa nunca pensei que alguém conseguiria fazer uma análise tão descritiva daquela noite.

    Adorei teu post, haha!

    Beijos, Matheus :D

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  4. concordo com o matheus no quesito análise descritiva.
    andrei: sinta-se citado na parte "discussão sobre pintos" auhauhauhauahuah

    e apesar do meu possível ingresso futuro em ongs ambientalistas, foi uma senhora noite, assim como esse blog é uma grata surpresa. sempre me pareceste uma daquelas pessoas pseudo-quietinhas com a mente fervilhando o tempo todo, só não imaginei que eu teria oportunidade de ter acesso a esse..."fervo".

    muito legal o blog, os posts (sherlock holmes matou a pau), as análises e, de alguma forma, o teu processo de pensamento como um todo.

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