domingo, 10 de outubro de 2010

Helloween antecipado

Ontem, fizemos um churrasco para comemorar o aniversário de um amigo nosso, no barzinho Pixa Fora, no Morro dos Conventos. O lugar é muito bacana. Cheio de discos de bandas de heavy metal pendurados nas paredes, com luzes fracas e alguns sofás e bancos para todos poderem se sentar. É uma mistura de garagem para ensaios com boteco. Pena ter ido poucos dos que foram convidados, mas foi legal. Embora eu ache que o repertório precise ser um pouco menos depressivo que Creed e Reação em Cadeia, estava um clima muito legal.
Começaram lá por umas sete da noite, mas, como eu e a Jaque trabalhávamos, só chegamos às dez horas. O Andrei tinha um compromisso, então só chegou mais tarde. Mas o Pinxa não foi o melhor da noite.
Soubemos de uma festa de aniversário de duas meninas, que decidiram chamar três bandas para tocar no parque do Lago Dourado, cobrar cinco reais à entrada e pedir que todos fossem fantasiados e levassem as bebidas. Como o Andrei não tinha dado sinal de vida o dia todo, fomos as duas na loja de fantasias e compramos óculos e chapéus, para complementar com o que tivéssemos em casa.
Ficamos por volta de uma hora no aniversário e, como sabíamos que começaria cedo e a turma não quis ir junto, voltamos à cidade para que o Andrei trocasse de roupa e pegássemos mais algumas coisas na casa da Jaque. Já era quase uma da manhã quando chegamos no nosso destino principal.
Quase passei direto na hora de encontrar a entrada. Naquele silêncio e naquela escuridão, estava me sentindo dentro de um filme de terror, não fosse pelas músicas animadas do David Bowie, no som do carro.
Pagamos, entramos, sem bem saber aonde aquela estrada ia dar (o zelador falou apenas para seguir a luz daquele poste distante). Quando a estrada ia se bifurcar, encontramos a dita festa. No meio dos eucaliptos e bem em frente à lagoa, ficava um pequeno abrigo, perfeito para fazer churrascos. Lá já estavam umas trinta pessoas e a primeira banda estava terminando de tocar. Como ela era a Quase Dama e Vagabundos, foi muito boa.
Não sei se foi o fato de nós três chegamos todos de preto e eu estar muito chamativa pelos óculos vermelhos, mas todo mundo ficou nos olhando quando chegamos. Como eu não estava enxergando muito bem com aquelas lentes, não me interessei muito por isso e procurei curtir o bom e velho rock'n'roll.
Havia umas fantasias muito criativas, como a do Cavera, que foi de índio norte-americano, com sua longa trança loira e sua veste branca de algodão, cheio de trabalhados. A do Pedrão também (ele foi de terno de risca de giz e colocou uma cartola e chegou fumando um charuto, parecendo o legítimo gagster). Tinha um cara vestido e maquiado como Besourosuco (do filme BeetleJuice), que ficou incrivelmente parecido e original.
Alguns vampirinhos, uma freira e uma diabinha, como não podiam faltar. Também o guitarrista da segunda banda foi engraçado. Não sei ele fez propositalmente ou quis tentar parecer emo, mas aquela calça vermelha e aquela camiseta verde-grama gola V o transformaram no perfeito Salsicha (do desenho animado Scooby-Doo).
Para quem decidiu ir de última hora, a jaqueta de couro e os óculos escuros caíram bem aos Motoqueiros Eliseu e Andrei. Uma diferença curiosa entre os dois estava nos óculos: um era a reencarnação de Elvis Presley e o outro, era um motoqueiro que esqueceu de trazer sua Harley-Davidson.
Como não queria perder o clima de Bruxa de Blair hippie, fique a noite toda com os óculos, então não reparei muito nas fantasias dos outros. Quem me visse dançando, garantiria que eu estava muito chapada. Apelidos não faltaram, como Rita Lee e Ozzy Osbourne. Bacana era jogar feitiços em quem me amolasse.
Em seguida, veio a Alcolroll. Não sei se foi pelo personagem que estava ultrajando, mas o vocalista estava muito chato [e bêbado], parando para recitar poemas, dizendo que estava muito EMOcionado, enfim. Ainda me pergunto porque não afoguei ele no lago ao lado.
A primeira parte do repertório deles não me agradou muito, então, como a Jaque estava ocupada com um escocês com bandeira própria e cara pintada (que eu achei que fosse o Homem das Cavernas ou o Capitão Caverna, num primeiro momento), fomos eu e o Andrei para o carro, voltar a ouvir David Bowie. Por mais adolescente que parecesse, foi divertido.
Ficamos por lá por estar frio e eu não ter trazido jaqueta. O Andrei estava aquecido com a jaqueta de couro e a Jaque eu nem preciso comentar. Como começou a chover e já eram três da madrugada, fui chamar a Jaque para irmos embora. Conhecendo aquela Lagoa da Serra como eu bem conheço, sabia o estrago que aquela estrada de chão lamassenta poderia causar. Todos a bordo, voltamos para o centro, sem ouvir a terceira banda.
Passamos num carrinho e cachorro quente e comemos no carro. Comida pesada, mas o remédio para má digestão resolveu meu sono depois. Todos entregues. Guardei o carro na garagem e fui para casa. Essa foi a primeira noite que peguei o carro para sair, então já dá para imaginar o coração disparado e o medo de cometer falhas. Mas deu tudo certo. Tão certo que não consegui dormir depois, ainda no clima de preocupação. Mas tudo bem, apesar de não ter acontecido muitas coisas, foi uma noite muito boa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário