domingo, 13 de junho de 2010

Solteiros no 12 de Junho

Dia doze é um dia muito deprimente para a grande maioria dos solteiros carentes, tão desejosos de uma companhia para compartilhar presentes, beijinhos estalados, cobertas num dia frio ou, simplesmente, andar de mãos dadas pelas ruas. De fato, pensar nisso já dói o coração, por saber o quanto é agradável sentir isso com alguém e não poder vivenciá-lo agora. Mas deixemos os pombinhos e seus momentos fofinhos para outra conversa, pois não quero começar a lembrar de como é bom ter um namorado.
Apesar da sensação térmica de 13 graus na rua, insistiram tanto para que eu fosse ao Central com a turma que não tive coragem de dizer não. Combinamos, como de costume, de chegar às 23h. Acabei me atrasando, mas chegamos mais ou menos na hora marcada.
Pediram a já clássica garrafa de vinho tinto suave de colônia e começaram a beber. Prometi a mim mesma que não beberia tanto dessa vez (e que tremendo porre de guaraná antártica que eu tomei, diga-se de passagem).
Outros amigos foram chegando e, aos poucos, a mesinha redonda ficou pequena para oito pessoas que chegaram a compor o grupo. Era um festival de juntar cadeiras e trazer a cerveja e o copo para a nossa mesa que logo ficou complicado de apoiar os braços sobre ela.
Tivemos a ilustre presença de um amigo que apelidamos de Miguel Falabela (devido a incrível semelhança com o ator). Um sujeito que já tinha muitas histórias para contar, dos seus tempos de guri, punk e revoltado, mas como havia alguém relativamente sóbria no meio, as discussões mudaram bastante as direções.
Movimento emo, falta de idealismo do jovem brasileiro, reflexo na política, comodismo brasileiro, entre outros assuntos que foram bastante acalorados (até ganhei o apelido de Juíza Carmelinha). Divertido foi observar um cara começar uma conversa elogiando Dan Brown e ir parar em Filosofia e em como o incentivo aos esportes é fraco em alguns colégios municipais daqui.
O ambiente estava animado, com a trilha sonora agradável de Metallica e até havia uma bandeira do Brasil, pendurada na frente do palco, já em ritmo de copa. Como não podia faltar, falamos do frango do goleiro inglês, no jogo de hoje à tarde, passeando pelas seleções e cada um tentando apostar em uma seleção a levantar a taça. Tudo bem, é natural de Copa do mundo, mas é difícil para mim aceitar, por exemplo, que um marmanjo de mais de trinta anos de idade comece a falar que torce para Itália e que o Brasil que vá para aquele lugar sujo que o leitor já imaginou… é realmente algo que me incomoda. Não pela exclamação infantil, mas por esse mesmo indivíduo vir, mais tarde, a falar que o país não presta e só tem coisas ruins. Eu estou me segurando para não escrever uma postagem só para argumentar minha indignação, mas um ignorante desse nível não vale tanto.
A área dos fumantes estava bem agitada, com direito a violões e uma nuvem bastante espessa de fumaça de cigarros. Parecia até um desenho animado, em que é possível até abrir a “portinha” da caixa de fumaça que paira no ar. Parecia que era o dia dos cabeludos por lá também. Bem que eu vi que meus olhos estavam tranquilos demais, alheios às lentes de contato bastante ressecantes...
A trilha sonora estava bastante original (embora eu inicialmente tenha achado que fosse um grupo gospel que estivesse cantando, esganiçadamente, embaixo da janela do bar) e algumas garotas pareciam bastante animadas ao cantar.
Conversa vai, cerveja vem. Eu continuava um poço sóbrio, entupido de guaraná, mas me divertindo à beça, assistindo aos meus colegas de mesa se embebedarem. O Falabela estava praticamente trêbado e foi difícil conter o riso, quando ele tentou nos explicar a diferença entre tangerinas e bergamotas, às 2h da manhã, com todo o rigor de um pHD.
Enfim, minha noite foi relativamente curta. Estava cansada, louca para aproveitar o silêncio, sozinha no meu quarto. Na primeira brecha, quando finalmente decidiram ir para a área dos fumantes, após insistentes convites do Rani, surgiu um trabalho que eu precisava fazer hoje e pude ir para casa, sem peso na consciência por deixá-los. O Andrei também me acompanhou; afinal, uma moça não deve sair sozinha a essa hora, certo? Sabe-se lá o que foi fazer de verdade . Mas isso é outra conversa, para o blog dele, é claro.

2 comentários:

  1. Oi, pelo visto foi uma noite e tanta hehehe ..gostei do porre de guarana uashduasduh ..

    bjo =)

    ResponderExcluir
  2. err, eu sempre passei sozinho o dia dos namorados, esse passei trabalhando, mas nada melhor como um dia de solteiro pra observar e aproveitar os amigos como voce fez. nao que seja melhor ou pior, mas cada um vai preenchendo agente da maneira que é cabivel...
    Ps: nao sabia que voce era nacionalista e straight edge que nem eu uheasuheuae

    F.

    ResponderExcluir