domingo, 4 de abril de 2010

Pascoaguada

Que trauma a páscoa vir em seguida de uma noitada. Estou olhando para aquele ovo lindo e apetitoso na minha frente. Mas, com o meu estômago berrando desse jeito, o jeito é passar o dia a base de leite e anti-ácidos. Mas vamos à boemia!
Combinamos de ir ao Central, no Sábado, às 23h. Eu sabia que minha turma era pontual, por isso calculei mentalmente quando começar. O problema de planejar isso com o MSN ligado é que não adianta nada prever. Dito e feito, entrou uma pessoa a qual eu passei a semana toda pensando nela e que me fez ficar até faltar dez minutos para minha turma chegar.
Consegui me despedir às pressas e me arrumar. Mas, extamente às 23h01min me liga o Andrei, avisando que já estava esperando. Correria de novo, para colocar duas blusas que me fariam voltar correndo para casa, antes que eu virasse um saquinho de suor e ir novamente ao bar. Mas chega de enrolações de mulherzinha.
Fomos ao Central, bebemos uma rodada, mas ter que ouvir vanerão e “cornarejo” universitário e mal conseguindo conversar não foi muito interessante. Melhor sair daquela bagunça e ir para um posto, comprar bebida e ir para um lugar mais sussegado. E, assim, fizemos.
Devemos ter perdido vinte minutos para escolher as bebidas, porque a simpatia da atendente da loja de conveniência nos tratou feito cães dormindo na calçada da casa dela. Estupidez e mal-comidas à parte, pegamos as bebidas e fomos para uma parte abrigada da rodoviária, já que nossa ideia de ir para a pracinha foi, literalmente, por água abaixo.
Não estava muito disposta a beber naquela noite, por isso só provei uma cerveja diferente que a Jaque comprou, uma tal de NS2. Tinha gosto de menta com álcool, como já dizia no rótulo. Também pagamos o preço equivalente a uma cerveja e dois chicletes, mas tudo bem, ninguém mandou sermos curiosos.
Sentados lá, como já era de se esperar, veio um andarilho pedir uns trocados para ir para Florianópolis. O que nos convenceu foi o fato de ele já ter cachaça na bolsa e ter dito o que todo mundo sempre percebia nos clássicos discurssos do Gui: ele enrolou tanto que esqueceu o que estava falando.
E, graças ao Gui, também tivemos que dar umas moedas pro cara, porque, apesar da figura ser esperta, o Gui inventou de falar por nós. O Léo querendo economizar para passagem de ônibus no outro dia e nós nos perguntando como voltaríamos pra casa depois daquela chuva e o nosso político esquerdista disperdiçando o do bolso de todo mundo. Sim, todos ficamos muito contentes com ele depois, sem dúvida.
A chuva engrossou e já estava nos molhando no nosso abrigo. A casa da Lis tinha birita, comida e música. Salvo o detalhe do transporte para as sete pessoas, será que pensaram duas vezes?
Conseguimos pegar dois táxis. Andrei, Gui e Léo foram primeiro, para ver se conseguiam abrir o portão da casa, já que tinham perdido o controle.
Fomos em seguida. Nos depararamos com o portão ainda fechado e dois dos três dentro do terreno. Só percebemos o Andrei do lado de fora quando olhamos ao redor, a procura de abrigo pra sair daquela chuva gelada. Rindo de nós na chuva, estava ele, enquanto ficava na marquize de uma casa. Ele é meu amigo, mas às vezes o sarcasmo dele me dá vontade de matá-lo.
O controle reserva não nos ajudou em nada, então o jeito foi pensar no plano B.
Enquanto a Lis foi ver se o controle dela não tinha sido perdido na esquina, o Léo e o Gui passaram duas cadeiras para servir de apoio na hora de pular o muro. Fui a primeira. Lanhei os cotovelos e as mãos, mas quase ter caído em cima do Léo foi um incentivo a manter o equilíbrio e pular sozinha o muro de, aproximadamente, 1,70m.
Em seguida, a Lis e a Jaque pularam, mas o Andrei e o Diogo ainda ficaram lá fora. Depois de muito quebrar a cabeça, a Lis descobriu que, apesar de o fundo de tecido estar rasgado, o controle continuava dentro da sua bolsa, entranhado no fundo de couro. Ainda bem que nem todo mundo soube disso na hora, pelo bem da integridade física dela.
Todos em casa, ensopados e começando a ter cheiro de cachorro (porque o Bruce não percebeu que cachorro carente e molhado não combinava com aquela turma de ensapados pela chuva). Secamo-nos e alguns beberam um pouco mais da bebida de piratas.
Enquanto o Gui comia um prato de macarrão caseiro, o Léo esquentava mais para mim e para ele, já que ninguém mais quis. Depois de muito proteger a panela do Diogo, que a toda hora vinha querendo temperar nossa janta com rum, colocamos na mesa e comemos. Foi praticamente uma competição de homem das cavernas, por que, enquanto o Léo estava no seu segundo prato, eu ia para o terceiro, se ele não tivesse puxado a panela para si. Debalde a luta pela panela, no fim os dois comeram três pratos.
Terminada a janta, combinamos de cada um lavar o seu. Mas como ele se enrolava mais com seu cigarro e com seus comentários a tudo o que a turma conversava, fiz ele secar toda a louça, enquanto eu lavava toda a louça. Foi em vão, eu sei, mas foi divertido ele competir comigo e ainda fazer a minha vontade (mesmo que não tenha terminado de secar).
Terminamos empatados, porque ariar a última panela de macarrão grudado no fundo, munida apenas de uma esponja gasta era uma disputa desiquilibrada para mim e ele conversava mais do que secava.
Discussão novamente sobre o que jogar. Para variar, escolheu-se verdade ou consequência, já que esse Léo não estava na outra vez.
Quem não quisesse responder ou escolhesse consequência, teria que beber um gole de rum com refrigerante. Mas quem quisesse beber antes de responder, ninguém fazia objeções.
Jogamos da 1h até quase 5h, quando estavam quase todos cansados de beber o rum (que já tinha passado da metade do vidro a essa hora) e o Martini.
Chamamos um táxi para pegar eu, a Jaque, o Diogo e o Andrei. Despedimo-nos deles e desejamos boa viajem para o Léo, que ia encararar 6h de viajem no domingo, na volta para casa.
Cheguei em casa um pouco menos ensopada do que quando entramos na casa da Lis, mas feliz por outra noitaça com uma parte da galera do verão. E mais feliz ainda por encontrar minha cama quentinha, naquele mesmo lugar e só faltando sorrir pra mim.

3 comentários:

  1. obrigada por não comentar quando eu e o Gui iamos trocar de música, e me senti ofendida em relação a esponja...ela não era tão ruím assim!
    uahuahuahauhaa

    sábado divertido!!! o/

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